BCE volta a cortar taxas de juro, ainda que pouco confiante
Ainda que com reservas de alguns membros do Banco Central Europeu (BCE), foi avançado mais um corte nas taxas de juro no mês de junho.
BCE corta, novamente, taxas de juros no mês de junho
De acordo com publicação do Notícias ao Minuto, o Banco Central Europeu (BCE) voltou a cortar as taxas de juro em junho, ainda que alguns membros não considerassem que a informação disponível aumentasse a confiança para o recuo da inflação até 2%.
O corte em causa foi de 25 pontos base nas taxas de juro, sendo que a inflação voltou também a abrandar.
Esta não foi uma decisão unânime, considerando que o governador do Banco Nacional da Áustria, Robert Holzmann, votou contra e com uma opinião divergente sustentada pelos dados recebidos e os riscos em alta para a inflação, não acreditando num apoio que justificasse o corte das taxas.
Porém, ainda que alguns membros tenham manifestado reservas durante a reunião, quase todos os membros foram a favor da proposta de corte. “Alguns membros consideraram que os dados disponíveis desde a última reunião não tinham aumentado a sua confiança na possibilidade de a inflação atingir o objetivo de 2% em 2025”, contudo e, “pelo contrário, apontavam para uma maior incerteza nas perspetivas”.
Quanto à inflação, as projeções do BCE preveem para 2024 e 2025 um adiamento do regresso da inflação à meta de 2% para o último trimestre do próximo ano, considerando-se que a fase final do processo de desinflação será “mais difícil”.
“Em conjunto, estas considerações sugeriam que não se ajustava plenamente o princípio da dependência de dados e que havia razões para as manter inalteradas na reunião atual. No entanto, a vontade de aprovar a proposta foi manifestada apesar das reservas expressas”, lê-se na notícia que cita o texto do BCE.
Face a estas reservas, a maior parte dos membros expressou confiança face ao recuo da inflação para 2% até finais de 2025, ainda que os dados mais recentes sejam ligeiramente menos favoráveis. Estes consideram que não se deve “reagir de forma exagerada a dados adversos ou a números da inflação de apenas um mês, já que não implicavam necessariamente uma nova tendência e podiam refletir fatores pontuais”.
“Esta abordagem não deve ser vista como contrária à dependência de dados, uma vez que esperar por uma confirmação total significaria quase certamente cortar as taxas de juro demasiado tarde, o que poderia criar um risco significativo de não atingir a meta”, lê-se também.
Assim, a taxa das principais operações de refinanciamento abrandou para 4,25%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez para 4,5% e a de facilidade permanente de depósito para 3,75%.
Relativamente às próximas reuniões, o BCE indica que irá manter uma abordagem baseada em dados, reunião a reunião, sem compromisso de uma trajetória específica.
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